Assim Tiros se ergueu!..
As historias que vou contar
São causos de arrepia
Dos que acontecia aqui
Uma foi triste de espia
Era gente chegando
Vindo de outros lugares.
Há mais de um século
Um cabra picadeiro
Chegou nesta região
Pra começa o vilarejo
Era cabra machão
E fez muita arrumação
Antonio era aventureiro
Veio abrindo uma picada
De Goiás a Pitangui
Essa passava por aqui
E em pagamento recebia
Uma grande sesmaria
As margens do córrego
Que se chama Pindaíbas
Ergueu um grande rancho
Que servia de hospedaria
Pra tropeiros e carreiros
E para abrigar sua família
Deu pousada a tropeiros
Vindo de outros rincões
Muitos era gente fina
Outros grandes ladrões
Muitos aqui deram sorte
Tornando coronéis e barões.
Teve o tropeiro fila bóia
Que seu toucinho foi roubado
Enquanto batia papo
Num lugar mais afastado
Por isso Morro do toucinho
É o nome desse lugar.
Tem o causo do carreiro
Que achou um grande diamante
Ao atravessar o Rio Abaeté
E guardou no oco de um pau
Nessa viagem ele bateu a bota
Ficando o achado uma incógnita
Essa noticia se espalhou
Correndo de boca a boca
Trazendo pra este sertão
Muitos homens sonhadores
Que trazia no peito ilusão
De ter posse e muito dinheiro.
Veio muito cara safado
Pra garimpar no ribeirão
Montaram acampamento
Nas proximidades da pensão
Por causa dos garimpos
Teve muita confusão
Os cabras no garimpo
Só aprontava armação
Mais lembrava o cangaço
Do tempo do Lampião
Aqui tudo era resolvido
Com bala e no corte de facão
No Ribeirão das Areia
Teve uma briga danada
O que podia ver
Era bala pra todo lado
E a policia foi chamada
Pra por fim na confusão.
Os cabras safados
Filhotes de Virgulino
Foi pro Morro do Espia
E lá rezava pro Divino
Para os soldados ir embora
E eles saírem da vigia
As margens do ribeirão
Parecia um campo de guerra
Era uma grande disputa
Por um pedaço de terra
Por causa do tiroteio
O ribeirão mudou de nome
.
Também veio muita gente
Comerciantes e coronéis
Até o Capitão de Fragata
Que era dono das fazendas
Nau de Guerra e fragata
Que a historia pode conta.
E até hoje é chamado
De córrego dos Tiros
E em suas margens ainda
Encontram catas de garimpos
Ao contrario de antigamente
Os garimpeiros jogam limpos.
Vieram muitas famílias
Pra tentar a sorte nesse lugar
Eram os Tavares, os Dias,
Os Chaves, os Bomtempos
Os Limas, os Silvas e os Borbas
Descentes de bandeirantes.
Assim a historia acontecia
A Vila virou cidade
Foi muito bem planejado
Até nome foi escolhido
E muito bem arquitetado
Por um professor arrojado
Tiros é nome da cidade
Por causa do tiroteio
Das margens do ribeirão
E esse nome até hoje
Gera muita confusão
E também exaltação
Tem causos estranhos
Difícil de compreender
Como o do Sebastião Dias
Capangueiro importante
Que sempre viajava
Para vender seus diamante.
Em uma dessas viagens
Comeu um bife estragado
Teve uma morte estranha
Uma historia mal contada
Que nunca foi decifrada
Nem diamantes encontrados
Filho de família nobre
Foi logo homenageado
É patrono da escola
O primeiro educandário
Hoje patrimônio tombado
Era orgulho dessa cidade.
Depois de quase um século
Pouca coisa mudou
Pois tem muita tramóia
Até parece arrumação
Não sei se é cabra safado
Ou se é mesmo valentão
Tiros é terra boa
Mas tem cabra da peste
E muito cara machão
Mesmo muito distante
Deve ser descendente
Do valente lampião
Termino aqui essa historia
Se não acabo me arrumando
Uma baita confusão
Pois aqui quem fala a verdade
Sofre muita perseguição
De parentes do valente Lampião
Gostei bastante deste cordel, professora. Isto mostra que nossa cidade tem cultura, gente comprometida com a educação. Parabéns!
ResponderExcluirbom uma critica construtiva:
ResponderExcluirsi voce moderador, colocasse terceiro 1 e 2 teria ficado melhor do que terceiros anos.
então por favor preste mais atenção ao postar qualquer coisa.
obrigado
Nós que agradecemos a dica.
ResponderExcluirE uma dica na sua postagem: nesse caso não se usa 'si' e sim 'se'.
Obrigado!!!