Camisa de seda, o novo curinga do vestuário feminino
Quantos pares de jeans você tem no armário? E LBDs? E camisas de seda, quantas são? Se as duas primeiras peças somam algumas dezenas e a terceira ainda lhe parece um tanto obscura, então está mais que na hora de incluir a camisa de seda em seu rol de itens básicos, indispensáveis, do tipo “não vivo sem”. Basta uma circulada rápida pelas grandes metrópoles fashion (ainda que virtualmente) para constatar: eis o novo curinga absoluto do vestuário feminino, visto que nove entre dez style-setters não saem de casa sem ela.
Motivos não faltam para você também torná-la a pièce de résistance de seu look na próxima estação: democrática, é sopro instantâneo de elegância seja lá qual for seu physique. Pense na indefectível camisa de algodão, só que multiplique seu efeito por mil, uma vez que a seda “pesa” no corpo, definindo a silhueta sem acrescentar volume extra. Classuda, funciona como bastião da estética adulta que a moda de hoje reivindica. “As camisas de seda personificam a revolução das roupas ‘reais’ a que estamos assistindo nos últimos seis meses, e que tornou absolutamente desejáveis peças de luxo aparentemente genéricas”, afirmou recentemente Sarah Harris, editora da Vogue inglesa e mais uma a sucumbir ao encanto do toque da seda no corpo. Há ainda o fator timing, já que os 70 são a década inspiracional da vez, e não há peça de roupa que traduza melhor seu lado boho urbano do que ela. Pense no figurino de Jane Fonda no filme Klute, de 1971, repleto de cuissardes, saias mídi, couros, camurças e… camisas de seda com babado jabô, é claro.
Tirar o “cheiro de naftalina” de um item tão marcante é fundamental antes de incorporá-lo ao dress code contemporâneo. Uma maneira de rejuvenescer a camisa de seda – que por conta das mangas compridas e do tecido luxuoso pode parecer mais apropriada à avó que à neta – é deixar um botão a mais aberto, criando um decote discreto, ou dois, se você for mais ousada. Mostrar o colo é fundamental, sobretudo se você for combiná-la com saia evasê mídi, outro hit da temporada que poderia ter saído do closet da sua avó. Investir na proporção contrária também vale, o que significa abusar do DNA racée da camisa para sofisticar e validar comprimentos muito mínis que, aqui entre nós, já estão com a data de validade vencida.
Dualidade, aliás, é o sobrenome da camisa de seda. Apesar de se tratar de uma peça de alfaiataria com ares de uniforme e pegada claramente masculina, é também ultrafeminina e delicada, e está aí a razão maior de seu sucesso nestes tempos em que a moda valoriza e endossa espertos jogos de oposição. O bom momento coincide com o relançamento da Equipment, grife de Christian Restoin (sim, o marido de Carine Roitfeld) especializada em camisas de seda, que em 1979 inovou ao colocar nas prateleiras o modelo com dois bolsos frontais que é hoje dos mais procurados (e comprados) mundo afora.
Por: Isabella Luiza
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