As semanas de moda masculina de Milão (12 a 15/2) e Paris (16 a 20/2) deram partida na temporada de moda de Inverno 2013 no hemisfério norte.
Mais do que tendências de moda, foi visto um grande esforço das marcas de luxo para driblar a crise econômica. Duas características foram apresentadas durante a temporada: a primeira, roupas com tom sóbrio, em cores tradicionais, como o preto, cinza e azul marinho, conferindo o ar durável e menos descartável próprio de tempos difíceis; a outra, a função da moda de apresentar novidades que podem cair no gosto dos homens endinheirados, normalmente menos afeitos a grandes mudanças estéticas. Ainda, correndo por fora, foi mostrado um exagero exibicionista, visto especialmente no uso de peles animais.
Os avanços da moda masculina são geralmente feitos a passos lentos. Perceba que a maioria das roupas que a gente usa tem quase a mesma forma de cem anos atrás e o tempo para as novidades serem definitivamente incorporadas é grande, podendo levar anos, como vimos com as calças e ternos ajustados e os paletós de dois botões.
Nos desfiles de Inverno 2013, um dos recursos usado pelas marcas foi dar uma nova cara para os ternos e um ar mais elegante para as peças casuais e esportivas. Mas estes cruzamentos não são novos, afinal, desde a década de 1990, ficou evidente uma mudança comportamental, estimulando um aumento na presença de roupas casuais em ambientes de trabalho. O cenário da moda masculina começou a mudar gradativamente desde que jovens que nunca usaram uma gravata na vida passaram a liderar empresas de tecnologia e fazer fortuna.
Para continuar atraindo jovens de sucesso para suas peças de alfaiataria, as marcas têm feito sucessivos esforços para renovar seus ternos. Depois da silhueta "Slim" (rente ao corpo), que fez muito sucesso entre cantores de rock, hoje a inovação é feita através das patronagens e estampas. Basta lembrar-se do polêmico terno de bolinhas da Dolce & Gabbana usado por Messi quando ganhou pela quarta vez a Bola de Ouro da Fifa para entender esta tendência.
Apesar de não ser exatamente uma novidade, outra aposta para modernizar o paletó foi a gola xale (arredondada e sem pontas), própria dos smokings (traje de gala masculino). O comprimento mais curto do paletó e do blazer é outra forma de atualizar peças tradicionais. Ao assumir a forma mais quadrada, ao invés da retangular, o look fica menos formal.
Por Ana Caroline
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