quarta-feira, 22 de outubro de 2014

As Defesas do Organismo


Combater qualquer ataque viral envolve uma guerra biológica de golpe e contragolpe. O vírus entra no organismo e ataca as células; o sistema imunológico fabrica proteínas específicas, chamadas anticorpos, para combatê-lo. O vírus sofre mutação para driblar esses anticorpos; o corpo então fabrica novos anticorpos.
Normalmente, com o vírus da gripe, o corpo vence. Nosso sistema imunológico liquida o vírus após alguns dias de infecção, a menos que esteja debilitado demais para continuar na briga ou que o vírus sofra uma mutação que o torne particularmente letal.
Na verdade, o corpo aniquila invasores virais da forma mais rápida e completa possível. Os vírus, por outro lado, sobrevivem e lutam melhor se seus hospedeiros continuam vivos e relativamente saudáveis o suficiente para disseminar sua prole para outras pessoas.
Até mesmo o ataque de gripe mais mortal já registrado, a pandemia de 1918, matou apenas cerca de 2 a 5% das vítimas. A cepa mortal sofreu mutações para formas mais leves que infectaram seres humanos e porcos na década que se seguiu à pandemia.

Como o sistema imunológico ataca o vírus

O sistema imunológico tem duas estratégias de defesa: evitar que o vírus da gripe ataque as células e, se isso falhar, evitar que o vírus sequestre a célula e se replique em milhares de novos vírus.
Quando o vírus da gripe entra no organismo, os glóbulos brancos fabricam anticorpos específicos para atacar as proteínas hemaglutinina (HA) e neuraminidase (N) que saem dele. Lembre-se de que os pinos de hemaglutinina são como "pinças" que permitem ao vírus atacar uma célula. Com as pinças travadas, o vírus não consegue se replicar, e circula sem oferecer perigo. Outro tipo de glóbulo branco, chamado macrófago, acaba engolindo o vírus.
Após uma infecção por gripe, o sistema imunológico "se lembra" de como fabricar esses anticorpos específicos. Ele consegue fabricá-los rapidamente, normalmente evitando que uma infecção da mesma cepa infecte o organismo.
Uma variação antigênica nas proteínas do vírus, do tipo que dá origem a novas cepas sazonais, cria uma pequena curva de aprendizado. Os glóbulos brancos precisam reconhecer e depois se ajustar ao novo formato, o que normalmente resulta em uma doença leve antes da recuperação.
Uma modificação antigênica, do tipo capaz de causar uma pandemia, manda os glóbulos brancos de volta à prancheta de desenho. O organismo pode levar dias para acumular defesas suficientes para combater a doença.
Além dos anticorpos, os glóbulos brancos têm outra arma proteica em seu arsenal, chamada interferon, descoberta em 1957. Em vez de bloquear as chaves proteicas do vírus da gripe, o interferon atua dentro de uma célula pulmonar infectada. Ele força a célula a produzir proteínas de combate ao vírus, como a PKR (fosfoquinase RNA), que bloqueia a replicação dos genes de RNA do vírus da gripe.
O sistema imunológico trabalha de forma automática e contínua, quer estejamos doentes ou saudáveis. Nós podemos estimulá-lo por meio de uma boa alimentação, controle do estresse e sono adequado. Também podemos levá-lo a fabricar anticorpos específicos contra os vírus, tomando uma vacina contra a gripe.


Por Jhony Douglas

Nenhum comentário:

Postar um comentário