quarta-feira, 13 de abril de 2016

{Resenha} As Vantagens De Ser Invisível – Stephen Chbosky



Livro: As Vantagens de Ser Invisível
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Autor (a): Stephen Chbosky
Editora: Rocco
ISBN: 9788532522337
Páginas: 223
Sinopse: Um livro um tanto quanto atordoante como divertido, é escrito por cartas de um garoto de 15 anos chamado Charlie. Charlie tateia territórios inexplorados, preso entre o desejo de viver sua vida e ao menos tempo fugir de tudo e de todos. Suas cartas são endereçadas a um correspondente anônimo. O livro explora os temas da adolescência, como as dificuldades no colegial, a primeira paixão, os dramas familiares, as dificuldades de se enturmar, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” do lado de seus amigos. Temas são estes que deixam a cabeça de Charlie cheia de angustia insegurança. Stephen Chbosky capta a emoção desse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa narrada de uma maneira excêntrica.
Em As Vantagens de Ser Invisível conhecemos Charlie, um garoto de 15 anos, que está começando a tomar decisões sobre sua vida. Charlie enfrenta diversos desafios e alguns traumas como: suas próprias questões existenciais o suicídio de seu melhor e único amigo, a morte de sua tia Helen, sua primeira paixão, e suas dificuldades na escola. Entre tudo isso, o adolescente deseja descobrir quem ele é, e aonde ele pertence.
Charlie faz amizade com Sam e Patrick, dois irmãos que, como a maioria dos adolescentes, querem aproveitar a vida ao máximo possível. O garoto embarca em um processo de mudança e aprendizado incrível, nos levando juntamente com ele e, sem mais, nos fazendo sentir infinitos.
Existem diversos tipos de livros, e cada um nos marca de um jeito diferente. As Vantagens de Ser Invisível é o tipo de livro que te faz pensar sobre tudo, sobre a vida. O personagem principal contribui muito para isso. Charlie é doce, altruísta, inocente e muito inteligente, mas, acima de tudo, ele é verdadeiramente puro e transparente. O que mais me chama a atenção foi como ele permanece fiel a si e as pessoas a sua volta, sem ver maldade onde tantos veem. Mas não interprete errado, ele não é um santo. Charlie bebe, fuma e fala palavrões, mas seu modo de ser o torna, sobretudo puro.
Charlie a maior parte de sua vida foi o incompreendido, já que pensava totalmente diferente da maioria das pessoas. Sua vida é marcada por muitos traumas, e eu acredito que seja por isso que Charlie acabou por viver um dia de cada vez, um tanto preso em sua própria consciência.
O livro é todo narrado por cartas, escritas por Charlie e endereçadas a “seu amigo especial”. É como um diário, no qual em cada carta ele conta com detalhes sobre o seu cotidiano, pensamentos e reflexões.
Uma observação que tive com o livro, que é o modo como terminou. Não foi um final ruim, apenas deixou muitas interrogações no ar. Stephen Chbosky resumiu toda a obscuridade de Charlie em apenas um fato, apesar de forte, não deveria definir a vida inteira dele. Ele também não deixou claro se Charlie sofre ou não algum distúrbio mental, o que parece ser certo, devido ao fato de que, ao decorrer da história, ele tem algumas crises e algumas alucinações um pouco anormais.
O autor aborda temas bastante polêmicos como homossexualidade, gravidez na adolescência, aborto, violência doméstica, drogas e bebidas. Mas o modo como os personagens enfrentam as situações que lhes são propostas é o que marca o leitor, que acaba, por fim, mudando seus próprios conceitos.
É difícil expressar em uma simples resenha como esse livro me tocou. Eu ri, chorei me senti como se fizesse parte dos conflitos apresentados na história. A aproximação que o livro nos passa é um diferencial, e provavelmente, por isso, não seja uma obra que todos consigam gostar ou até mesmo, compreender, já que possui momentos profundos e até um tanto poéticos.
No entanto, é um daqueles casos um tanto incompreensíveis. Uma história simplória, com uma narrativa bastante simplória, mas que você precisa extrair as lições e as suas próprias conclusões. Mas, não se deixe enganar por esse abstrato pensamento, pois isso torna a história inesquecível, única, infinita.
Primeiro parágrafo do livro:
“Querido amigo,
Estou escrevendo porque ela disse que você me ouviria e entenderia, e não tentou dormir com aquela pessoa na festa, embora pudesse ter feito isso. Por favor, não tente descobrir quem ela é, porque você poderá descobrir quem eu sou, e eu não gostaria que fizesse isso. (…)”
Melhor quote:
“A gente aceita o amor que acha que merece.”

                                                                                                                     
Por: Maria Luiza Pessoa

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