quinta-feira, 16 de junho de 2016

Filmes

“A Vingança de Jennifer” é um digno exploitationproduzido com baixíssimo custo no final da década de 1970. Com teor elevado de violência, a realização assinada por Meir Zarchi provocou polêmica e recebeu censura por onde passou. Hoje, “A Vingança de Jennifer” é um cult dentro do gênero e recebe atualização pelas mãos do americano Steven R. Monroe, cujo trabalho mais célebre até então era “Aprisionados” (fita razoável estrelada por Dennis Hopper e disponível emvídeo em nosso país). Eis uma refilmagem que é capaz de dar uma nova perspectiva ao original sem ofendê-lo.
O primeiro ato de “A Vingança de Jennifer” é refeito em “Doce Vingança” sem maiores modificações. Jennifer Hill (agora vivida por Sarah Butler, em seu primeiro papel no cinema) é uma jovem escritora que se isola em uma cabana para escrever seu segundo romance. Antes de chegar ao seu destino, ela se depara com três homens rudes e cheios de más intenções. Na segunda noite de estada, todos eles, acompanhados por um deficiente mental que faz bicos como encanador, invadem o local e submetem a moça a inúmeras humilhações. A chegada de um novo personagem culminará no estupro de Jennifer.
Desde ponto em diante, o roteirista Stuart Morse arquiteta a vingança de Jennifer. Na versão original, a Jennifer de Camille Keaton (curiosamente, neta de Buster Keaton) usa o poder de sedução para persuadir seus algozes. Em “Doce Vingança”, Jennifer reprisa o episódio da qual foi vítima, agora no papel que pode ou não ser definido como de uma vilã. O resultado são cenas de violência que desconcertam e superiores ao filme de Meir Zarchi. Avaliando que aqui os recursos são tão limitados quanto antes, o mérito é ainda maior para uma história que nos convida a nos deparar com nossas próprias reações numa encenação de justiça com as próprias mãos.
POR : AMANDA PATRICIA

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