sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Fofoca

Joanna Maranhão: "O Brasil é um país racista, machista e homofóbico"
Nadadora pernambucana foi ofendida pelo Facebook após ser eliminada dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Joanna Maranhão não aguentou mais tantos xingamentos racistas e machistas em seu perfil no Facebook, que resolveu desabafar nesta terça-feira (9/8), após ser eliminada na fase classificatória dos 200 metros borboletas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A nadadora pernembucana revelou que foi vítima de ataques em seu perfil no Facebook, assim que ficou fora da semifinal dos 200m medley por cinco centésimos. Entre as ofensas, chegaram a lembrar o caso de estupro que Joanna sofreu quando criança.
"Ontem à noite foi o dia mais difícil para mim. Tentei ficar fora de rede social, mas fui no Facebook e vi uma enxurrada de agressões. Alguns dizendo que eu merecia ser estuprada, que minha história é uma grande mentira. Eu tentei segurar a onda, mas agora eu desabafei. É muito duro receber esse tipo de tratamento", falou Joanna à ESPN Brasil. "O Brasil é um país muito racista, muito machista, muito homofóbico, vem de uma cultura futebolística que as pessoas acham que quando chega em um esporte olímpico elas têm o direito de nos tratar como tratam um jogador de futebol quando não ganham. Acho que nem os jogadores de futebol merecem esse tratamento que a gente tem. Eles têm, nós muito menos."
Joanna Maranhão continuou o discurso dizendo que sempre se posicionou politicamente e que quer "um país para todo mundo", citando casos recentes de Tais Araújo e da medalhista de ouro no judô, Rafaela Silva, que também foi ofendida quando foi eliminada dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.
"Não quero que a Tais Araújo seja chamada de 'macaca', que a Rafaela Silva seja chamada de 'decepção', amarelona'", disse à ESPN Brasil. "Pare de chamar uma atleta de 'macaca' para quatro anos depois estarem batendo nela. Rafaela é uma menina de origem pobre, que teve assistência de programas sociais, e muitas pessoas querem que isso acabe. É paradoxal."
Sobre as pessoas que lembraram o abuso sexual que Joanna sofreu na infância, a nadadora foi dura, com razão: "Combater pedofilia é uma missão na minha vida. Nunca toquei nesse assunto para ter mídia. Nunca fiz sensacionalismo para estar na mídia. É muito injusto. Foi uma experiência que eu não escolhi viver e lutei contra as dores que ela me causou. Não desejem que uma mulher seja estuprada, nem a morte da minha mãe".
Pelo Facebook, a nadadora ainda avisou que vai entrar na Justiça contra as pessoas que a ofenderam.
Por: Bianca Oliveira

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