Notícias da Cidade: Projeto contra as Drogas

Mariana Alves Dimas Junqueira tem 15 anos. Vice-presidente e integrante do Interact Club de Tiros, foi a mentora do projeto "Desafio Jovem. Quem controla sua vida? Deixe as drogas de fora".

Mariana Junqueira, de amarelo, acompanhada do

elenco da peça apresentada às crianças.

PJCoelho: Como surgiu a idéia de elaboração do projeto?

Mariana Junqueira: A reunião de criação da APAC foi mais um incentivo pra criação de um projeto sobre esse assunto. Como menores de 18 anos não poderiam ajudar ativamente na APAC, fiz uma pesquisa e verifiquei que o maior índice de criminalidade, ocorre por causa das drogas. Então, acreditando que a melhor arma é a prevenção, o projeto foi criado.

PJCoelho: Quais foram os maiores desafios enfrentados por você durante o projeto?

Mariana Junqueira: Tudo foi um desafio. Houve muita cobrança, e o medo de alguma coisa dar errado era grande. Mas o principal desafio foi a falta de compromisso, responsabilidade e o desinteresse de muitos, até mesmo por colegas de clube e por quem estava na equipe. Senti que a grande maioria não acreditava que o projeto iria dar certo, alguns criaram intrigas por nada e tive que fazer muita coisa sozinha. E outra coisa que me incomodou muito, foi o fato de muitos confundirem política com esse projeto.

PJCoelho: Em nossa cidade, tem-se uma visão de que a droga chegou apenas a um bairro. Após o projeto, você conclui que as drogas ultrapassaram esse limite?

Mariana Junqueira: Bem no início, um policial me disse uma frase que pode resumir bem isso. “A droga está mais perto que você imagina.” E isso é a maior verdade, lembrando que, o álcool também é uma droga.

PJCoelho: Como você se auto-avalia como líder do projeto?

Mariana Junqueira: Confesso que às vezes fui bem chata; escolhi minha equipe equivocadamente e fui perfeccionista do início ao fim. Mas acho que tentei ao máximo ser justa com todos. Consegui fazer tudo da melhor forma possível e busquei muitas parcerias.

PJCoelho: O projeto atingiu suas expectativas iniciais?

Mariana Junqueira: Acho que foi melhor que imaginei. No final, pude encontrar com pessoas maravilhosas, que me ajudaram muito. E no meu ver o Cabo Souza, designou muito bem sua tarefa de falar pra crianças e jovens.

E tudo foi muito elogiado, principalmente por professores, alunos, prefeito e promotor. Desde a decoração no clube, o teatro, a palestra... E confesso que isso me deixou muito orgulhosa.

    

PJCoelho: Você vê uma mudança rápida ou lenta, positiva ou negativa em relação às drogas, após o projeto?

Mariana Junqueira: A mudança tem que vir de cada um. Vi muitas pessoas com fones de ouvido,que realmente precisavam ouvir o que estava sendo dito e isso mostra o desinteresse de alguns. Na minha visão a mensagem que queríamos passar, teve uma interpretação positiva, agora, eu sabia, desde o início, que não iria conseguir mudar a cabeça de todo mundo, infelizmente. Mas não podíamos ficar parados vendo tudo acontecer sem fazer nada pra tentar mudar, nem que seja a minoria.

Gostaria de agradecer, primeiramente as pessoas que me ajudaram e confiaram nesse trabalho. As escolas que nos apoiaram muito, aos patrocinadores, as equipes do cenário e teatro e principalmente aos meus colegas Interactianos que estiveram dispostos a trabalhar no #contraasdrogas.